
Esposa de general, Maria Elizabeth ministra do STM assume como presidente
A ministra Maria Elizabeth Guimarães Teixeira Rocha assumiu oficialmente nesta quarta-feira (12) a presidência do Superior Tribunal Militar (STM) para o biênio 2025-2027, tornando-se a primeira mulher a ocupar o cargo máximo na Corte em seus 217 anos de existência. As buscas À nova presidente da corte maior dos militares tiveram grande impacto no google, a SERP da ferramenta de busca resultou em “Aproximadamente 86.500 resultados” para o termo exato “Maria Elizabeth” nos últimos 7 dias.
Feminista declarada, Elizabeth chamou atenção pelo discurso enfático sobre igualdade de gênero e pela relação próxima com o universo militar, já que é casada há 35 anos com o general de divisão Romeu Costa Ribeiro Bastos.
Durante cerimônia realizada no Teatro Nacional Cláudio Santoro, em Brasília, com aproximadamente mil convidados presentes, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministros do Supremo Tribunal Federal, Elizabeth destacou seu compromisso pessoal e profissional com a defesa da igualdade de gênero:
Maria Elizabeth se define como feminista
“Sou feminista e me orgulho de ser mulher! A Constituição de 1988 nos emancipou graças ao esforço de um grupo reduzido, mas combativo, de parlamentares eleitas em 1986, que garantiram direitos fundamentais às mulheres. Agora, cabe a nós ressignificar nosso papel nas estruturas sociais”, afirmou a ministra em seu discurso.
Maria Elizabeth também chamou atenção para o Índice Global de Disparidade de Gênero de 2024, no qual o Brasil ocupa a preocupante 70ª posição, reforçando a necessidade de superar estruturas sociais ainda marcadas pelo patriarcado e pela desigualdade. Ela enfatizou a importância da inclusão e representatividade feminina em cargos estratégicos, tanto no Judiciário quanto nas Forças Armadas:
“Um Exército de velhos que não consegue segurar uma baioneta ou atirar de fuzil pode comprometer a soberania da pátria e da nação”, declarou Elizabeth, em entrevista ao Estadão. A magistrada, que já presidiu interinamente o STM entre 2013 e 2015, defendeu a importância da renovação nas Forças Armadas, argumentando contra a idade mínima para aposentadoria dos militares.
Outro aspecto ressaltado pela ministra é sua própria relação familiar com o general Romeu Costa Ribeiro Bastos. Em seu discurso emocionado, ela enfatizou o apoio essencial do marido para sua trajetória pessoal e profissional, além da importância da parceria afetiva e profissional. A ministra também mencionou um drama familiar relacionado à ditadura militar brasileira: o irmão de seu marido, Paulo Costa Ribeiro Bastos, foi torturado e morto durante o regime militar. “A ditadura não escolhe suas vítimas”, afirmou Elizabeth, reforçando a dor pessoal e familiar gerada pelo episódio.
A nova presidente do STM prometeu que sua gestão será pautada pela transparência, pelo reconhecimento identitário e pela defesa do Estado Democrático de Direito. “A Justiça Militar é fundamental para defender a soberania e a democracia em situações extremas, e farei isso com transparência e respeito às diversidades”, garantiu.
Por fim, Elizabeth destacou o papel das Forças Armadas no fortalecimento da nacionalidade brasileira e homenageou especialmente sua família, enfatizando a importância do apoio do marido, general Romeu. “Seu amor me sustenta, fortalece e encoraja. Ao longo destes breves 35 anos, sempre me senti amada, respeitada e valorizada por você”, concluiu a ministra, em um pronunciamento carregado de emoção.