A cúpula militar brasileira encontra-se em estado de alerta diante dos recentes acontecimentos que envolvem a delação premiada de Mauro Cid. Militares de alta patente das Forças Armadas e pessoas associadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro estão acompanhando atentamente as revelações que podem surgir deste processo. A dosimetria sugerida pelo ministro Alexandre de Moraes contra o primeiro réu julgado pelos atos antidemocráticos indica que a cúpula do judiciário brasileiro pretende tratar os acontecimentos dos últimos meses com o máximo rigor.
A delação de Mauro Cid, que foi ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, é interpretada como com enorme potencial para envolver membros da cúpula Forças Armadas Brasileiras na reserva e até na ativa.
Generais podem ser citados por supostamente perpetrar ações que teriam como objetivo instigar a sociedade a crer que os militares implementariam um golpe militar no caso de derrota de Bolsonaro ou – por durante o governo – usar a máquina das Forças Armadas para auxiliar Jair Bolsonaro a alcançar maior proeminência política e, consequentemente, um maior número de votos na disputa pela reeleição.
Reações dos Militares
Durante seu mandato, Jair Bolsonaro demitiu oficiais generais que, supostamente, não atenderam suas demandas relacionadas à atuação mais intensa das Forças Armadas. Exemplos disso são Generais de Exército Edson Pujol e Fernando Azevedo. Nas redes sociais frequentadas por militares, o tema da delação é amplamente discutido.
Muitos expressam esperança de que a delação de Cid não seja validada juridicamente.
Homologação da Delação
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), homologou a proposta de delação premiada feita por Mauro Cid, em negociação com a Polícia Federal. Esta decisão intensifica a pressão institucional sobre o Ministério Público e gera inquietações sobre seu possível impacto em outras investigações criminais no país.
Controvérsias Jurídicas
A delação é um instrumento jurídico que, por si só, não pode fundamentar sentenças sem a corroboração de outras evidências. As declarações feitas em acordos de colaboração devem ser investigadas, assim como os materiais apresentados. Uma das controvérsias jurídicas advindas da possibilidade de acordos diretos com a Polícia Federal é que o Ministério Público, responsável por iniciar ações de acusação, pode optar por não utilizar a colaboração em suas ações.
Diante deste cenário, as próximas etapas da investigação serão cruciais para definir o rumo das investigações e a eventual utilização da delação de Mauro Cid pelo Ministério Público Federal. A cúpula militar, assim como o cenário político brasileiro, aguarda com expectativa os desdobramentos deste caso.
Fonte: Revista Sociedade Militar / STF / Redes Sociais de Militares