O Impacto Crescente da China e da Rússia na Região traz significativas implicações para a Política Externa dos países da América Latina. Entretanto, as questões podem não permanecer somente no âmbito dos acordos político-econômicos, comerciais etc. Com a neutralização da hegemonia norte americana na região e do seu “poder de polícia”, surge a possibilidade até de reconfigurações territoriais. A ação da Venezuela no sentido de tentar agregar uma grande parte da Guiana certamente não estaria em curso se a configuração política atual da região não impusesse um pilar de confiança para Nicolás Maduro.
Apesar de saber que não conta com a simpatia das Forças Armadas Brasileiras, Nicolás maduro sabe que o presidente Lula não permitiria que no momento o Brasil se posicionasse militarmente contra sua pretensão ou servisse como apoio à uma coalizão militar internacional a favor da Guiana, caso ocorra uma invasão.
Recentemente, um artigo escrito pelo Capitão de Fragata Alcides Barrenechea López, instrutor na Universidade do Exército dos Estados Unidos, republicado na Revista Sociedade Militar, trouxe à tona uma discussão crucial sobre as mudanças no cenário geopolítico da América Latina sob o prisma dos norte-americanos. Veiculado originalmente na revista Diálogo Américas, o texto destaca o crescente envolvimento da China e da Rússia na região, uma evidente tendência que já traz implicações significativas para as relações internacionais.
China e Rússia como Protagonistas
A possibilidade de China e Rússia se tornarem protagonistas na política externa da América Latina não se trata mais de uma mera especulação. Seu envolvimento crescente na região pode de fato levar a uma reconfiguração das alianças tradicionais, desafiando a influência dos EUA e potencialmente – um grande temor dos EUA – levando a uma corrida armamentista regional.
Até onde isso pode ir ningué mtem como prever. Com o ocaso dos EUA disputas político-territoriais antigas podem ressurgir, entre elas a questão entre a Bolívia e o Chile.
Robson Augusto //