O Exército Brasileiro decidiu reabrir a participação dos seguidores em suas redes sociais após a pressão de mais de 2,2 milhões de seguidores no Twitter. Desde o início de 2023, as redes sociais da instituição estavam fechadas para comentários, devido à agressividade dos internautas nas plataformas. Os xingamentos, como “traidores” e “melancias”, eram frequentes e interpretados pelos militares como uma consequência do posicionamento legalista do exército após as eleições de 2022.
Com mais de dois milhões de seguidores no Twitter, a participação nas redes sociais da força é vista como extremamente importante para o status da instituição e para a possibilidade de interação direta com o cidadão brasileiro. O comandante do Exército, General Tomás, deixou bem claro em alguns discursos e no documento “Diretriz do Comandante do Exército” que a impressão que o brasileiro tem acerca do Exército Brasileiro é fundamental.
Entretanto, a abertura das redes sociais não significa que a agressividade tenha diminuído. Cerca de 65% a 70% das postagens dos leitores são críticas contra a força. O Exército Brasileiro ainda enfrenta a batalha para recuperar o prestígio na internet.
Os comentários dos seguidores, coletados em postagens do Exército Brasileiro feitas em 29/04/2023, refletem a polarização política no Brasil. Enquanto alguns questionam a posição do exército em relação ao comunismo, outros criticam a omissão da instituição em relação ao povo que pediu socorro durante as enchentes. Alguns seguidores demonstram confiança na instituição e na defesa do Brasil, enquanto outros exigem a reposição da lei e da ordem.
A reabertura das redes sociais do Exército Brasileiro é um passo importante para a interação direta com o cidadão e para a imagem da instituição. No entanto, é preciso lidar com as críticas e agressividades dos internautas, buscando a transparência e a comunicação clara para recuperar o prestígio na internet.